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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Entendendo a lesão por inalação de fumaça e o papel do Fisioterapeuta

A lesão por inalação de fumaça é a principal causa de morbimortalidade nos incêndios de grande porte, sendo responsável por cerca de 80% das mortes. A severidade da lesão consequente da inalação de fumaça relaciona-se a diversos fatores, os quais incluem a natureza do material queimado, a temperatura alcançada durante a combustão, a concentração de oxigênio no ambiente, ao tempo de exposição e a proximidade física do núcleo da combustão. As consequências da lesão por inalação de fumaça inclui a hipóxia tissular decorrente da redução abrupta da concentração de oxigênio no ar inspirado; intoxicação sistêmica por monóxido de carbono e cianeto; lesão inflamatória das vias aéreas desencadeada pela inalação de gases tóxicos (óxido de nitrogênio, amoníaco, sulfato de hidrogênio, etc); lesão térmica da via aérea; e lesões pulmonares, as quais, em conjunto, podem levar a incapacidade parcial do sistema respiratório e a morte. Dentre as complicações clínicas mais comuns destacam-se o edema pulmonar, pneumonite química, pneumonias bacterianas, bronquiectasias, atelectasias, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), estenose subglótica, síndrome coronariana aguda, crises convulsivas, coma, encefalopatia hipóxica e parada cardiorrespiratória. A SDRA é uma das principais complicações advindas da lesão por inalação de fumaça, predispondo na grande maioria das vezes à necessidade de intubação traqueal e ventilação mecânica. Dentre as atribuições da Fisioterapia no cuidado destinado aos pacientes criticamente enfermos e portadores de lesão pulmonar induzida pela inalação de fumaça destacam-se a melhora da oxigenação arterial e da complacência pulmonar, a redução do trabalho muscular ventilatório, a implementação da estratégia protetora de ventilação e a prevenção da disfunção neuromuscular do doente crítico. A pressão positiva expiratória final (PEEP) é um importante recurso terapêutico empregado no tratamento de pacientes em ventilação espontânea ou mecânica, com o objetivo de expandir unidades alveolares previamente colapsadas e manter a estabilidade das vias aéreas. Nos casos mais graves de SDRA, a estratégia ventilatória de oxigenação através de membrana extracorpórea (ECMO) tem sido empregada, apresentando resultados promissores, devendo ser considerada uma medida de resgate, destinada aos casos mais graves de pacientes com lesão inalatória por fumaça. Frequentemente os pacientes com formas mais leve de lesão inalatória por fumaça e os sobreviventes de SDRA induzida pela inalação apresentam alterações tardias da função pulmonar. Esses pacientes podem desenvolver patologias pulmonares como fibrose pulmonar, atelectasias, bronquiectasia, enfisema pulmonar , bronquite crônica e infecções respiratórias secundarias. Esses pacientes devem ter acompanhamento clínico e fisioterapêutico sistemáticos. A orientação de pacientes e familiares também deve ser enfatizada o reconhecimento de sinais e sintomas como dispneia aos esforços, tosse crônica, expectoração abundante e fadiga muscular. Nos casos de redução volumétrica pulmonar e hipersecretividade brônquica, os pacientes podem beneficiar-se de recursos fisioterapêuticos para terapia de expansão ou terapia de remoção de secreções respectivamente. A fim de melhorar a tolerância ao exercício indica-se a inserção dos pacientes em programas de reabilitação pulmonar. Esses programas são multidisciplinares, incluindo a prescrição individualizada de exercício, com o objetivo de melhorar a força muscular respiratória e periférica, tolerância ao exercício, capacidade funcional e qualidade de vida. O uso do oxigênio continuo também deve ser considerado em alguns pacientes. Fonte: ASSOBRAFIR

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Fisioterapia em UTI

Atuação do Fisioterapeuta na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) I. O que é uma Unidade de Terapia Intensiva? A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) caracteriza-se como um local para o adequado tratamento dos indivíduos que possuem um distúrbio clínico importante. Neste local existe um sistema de monitorização contínua que permite o rápido tratamento para os pacientes graves ou que apresentam uma descompensação de um ou mais sistemas orgânicos. A equipe que atua e presta atendimento neste local é multiprofissional, e é constituída por: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas cardiorrespiratórios, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. II. Qual o papel do fisioterapeuta na UTI? A fisioterapia aplicada na UTI tem uma visão geral do paciente, pois atua de maneira complexa no amplo gerenciamento do funcionamento do sistema respiratório e de todas as atividades correlacionadas com a otimização da função ventilatória. É fundamental que as vias aéreas estejam sem secreção e os músculos respiratórios funcionem adequadamente. A fisioterapia auxilia na manutenção das funções vitais de diversos sistemas corporais, pois atua na prevenção e/ou no tratamento das doenças cardiopulmonares, circulatórias e musculares, reduzindo assim a chance de possíveis complicações clínicas. Ela também atua na otimização (melhora) do suporte ventilatório, através da monitorização contínua dos gases que entram e saem dos pulmões e dos aparelhos que são utilizados para que os pacientes respirem melhor. O fisioterapeuta também possui o objetivo de trabalhar a força dos músculos, diminuir a retração de tendões e evitar os vícios posturais que podem provocar contraturas e úlceras de pressão. III. Quais recursos o fisioterapeuta utiliza nas UTIs? O fisioterapeuta utiliza técnicas, recursos e exercícios terapeuticos em diferentes fases do tratamento, sendo necessário para alcançar uma melhor efetividade a aplicação do conhecimento e das condições clínicas do paciente. Assim, um plano de tratamento condizente é organizado e aplicado de acordo com as necessidades atuais dos pacientes, como o posicionamento no leito, técnicas de facilitação da remoção de secreções pulmonares, técnicas de reexpansão pulmonar,técnicas de treinamento muscular, aplicação de métodos de ventilação não invasiva, exercícios respiratórios e músculo-esqueléticos. IV. Qual vantagem de ter o fisioterapeuta dentro da equipe multidisciplinar? A presença do especialista em fisioterapia cardiorrespiratória é uma das recomendações básicas de todas as UTIs. O trabalho intensivo dos fisioterapeutas diminui o risco de complicações do quadro respiratório, reduz o sofrimento dos pacientes e permite a liberação mais rápida e segura das vagas dos leitos hospitalares. A atuação profissional também diminuiu os riscos de infecção hospitalar e das vias respiratórias, proporcionando uma economia nos recursos financeiros que seriam usados na compra de antibióticos e outros medicamentos de alto custo. Diante disso, a atuação do fisioterapeuta especialista nas UTIs implica em benefícios principalmente para os pacientes, mas também para o custo com a saúde num geral. Contribuição das Unidades Regionais ASSOBRAFIR MG e RJ